quarta-feira, 13 de maio de 2020

O Quinto Encontro

Como decidira tirar o dia para si mesma resolveu então fazer algo diferente e foi até um museu de antiguidades. Passou bem dizer o resto do dia por lá, observando as obras e imaginando como as pessoas viviam em tempos passados, imaginou-se até, sendo uma destas pessoas, quando enfim se cansou e resolveu dar por encerrada aquela excursão.
Ao chegar em casa Tereza tomou um banho prolongado, deixando apenas a água quente do chuveiro cair sobre sua cabeça e escorrer pelo seu corpo, fazendo uma meditação de alguns minutos, tentando esvaziar sua cabeça de tudo aquilo. Se enrolou na toalha e foi para seu quarto. Mirou-se no espelho e disse: Faça a pergunta!!! Deu um largo sorriso, pegou seu moletom na gaveta do guarda-roupas e se vestiu. Desceu as escadas e sentou-se no sofá, como estava muito frio colocou um fino cobertor sobre si. Estava sem um pingo de fome, pegou o tablete para ler o livro que havia comprado no dia anterior.
Na capa o símbolo estranho, leu a introdução:
                "A 'Cruz da Serpente', 'Cruz de Flamel', ou ainda apenas 'Flamel', é um símbolo místico alquímico descrito como uma cruz com uma cobra ou serpente envolvida, bem como asas destacadas e uma coroa acima delas.
             Esse símbolo assemelha-se e compartilha origens comuns com muitos outros símbolos antigos (com os quais é às vezes confundido), como a ‘Haste de Asclépio’, o antigo símbolo grego da medicina, o “Caduceu”, antigo símbolo grego relacionado ao deus Hermes, e o ‘Nehushtan’, um símbolo hebreu que significa a vitória sobre o diabo. Ele é também um dos símbolos atribuídos ao alquimista francês Nicolas Flamel. A cruz aparece nas ilustrações de Flamel e muitos dizem simbolizar a relação dele com a ‘Pedra Filosofal’, um artefato cheio de mistérios e que, segundo a crença, levaria seu possuidor a ter uma vida muito longa.”
Tereza então fitou a imagem daquele símbolo no livro e a observar todos os seus detalhes, e uma forte sonolência se apoderou dela, acordou assustada, pegou o tablete e viu que já era nove horas da manhã. Entrou em pânico, estava atrasadíssima para o trabalho. Subiu as escadas praticamente saltando os degraus, chegou ao andar superior ofegante, tomou folego e refletiu. Foi a seu quarto, pegou o celular e observou ele por instantes. Deu uma grande e sonora gargalhada. Que estupida eu sou!!! Hoje é sábado... Trocou de roupa, pegou algum dinheiro e foi até a padaria para comprar algo para o café da manhã
No caminho até a padaria resolveu passar por um parque que havia em seu bairro. O sol já despontava firme, forte e quente, respirou aquele a ar da manhã, o cheiro das árvores lhe agradava imensamente. Sentou em um banco da praça e ficou apreciando os pássaros cantando.
__Ei Lucia
Tereza olhou para o lado e viu uma garotinha que deveria ter, mais ou menos uns nove anos de idade
__Olá, eu sou Tereza
__ Não é não!!! Você é Lucia, me lembro bem de você. Você não é daqui!!!
Tereza sorriu
__Ok!!! E qual seu nome???
__Me chamo Amanda. Lucia você devia parar de mentir viu!!!
Tereza ficou confusa, ou será que confusa estava a garotinha. Ela tinha um olhar sério, sisudo
__Como assim???
__Você sempre teve este defeito Lucia, de mentir para si mesma. E isso lhe faz muito mal
__Garotinha, você é de onde??? Onde estão seus pais???
Tereza se lembrou que tinha umas balas na bolsa e abriu para pega-las para a garotinha, fazia isso enquanto falava. Quando se dirigiu a garotinha, ela não estava mais lá!!! Seu coração disparou, levantou-se e olhava para todos os lados, tentando achar aquela menina, que ainda pouco estava ali conversando com ela, mas nada!!! O parque todo foi tomado por um estranho silêncio, os passarinhos não mais cantavam, o vento não mais crispava nas folhas das árvores. Tereza saiu do parque a passos rápidos, a cabeça latejava. Melhor seria dirigir-se a padaria, ainda estava em jejum, comprar algo para comer, e assimilar com calma mais aquele evento